Resenha: Graça

Título: Graça

Autora: Max Lucado

Páginas: 224

Editora: Thomas Nelson

Ano : 2012

Classificação: 5/5

Sinopse: Nas palavras do autor, Graça é a melhor ideia de Deus. Nada escapa ao alcance dela. Nada pode modificar tão profundamente a vida humana quanto ela. Diferentemente de qualquer outra manifestação religiosa ou conceituação filosófica, a Graça expõe a própria dinâmica de vida proposta por Deus.

“Deus é amor”. Essa frase é unânime na maioria das denominações religiosas. Aliás, é o que diz a Bíblia, é o que diz também as frases nos caminhões que circulam nas estradas; é a primeira resposta que nos vem à mente quando nos perguntam quem é Deus. Mas, e quanto a graça? Tão raramente é abordada e tão presente é no cotidiano de cada ser vivente deste mundo. Por essas e outras razões creio que Max Lucado foi usado por Deus para escrever essa obra – de um jeito tão simples, mas de um jeito tão rico.

                       Deus responde à confusão da vida com uma palavra: graça.

A grande maioria dos capítulos se inicia com o autor tentando criar um contexto que gere identificação ao leitor. Dessa forma, a partir das situações criadas Max passa a falar com os sentimentos e inseguranças do leitor levando-o a entender o papel da graça nas situações difíceis da vida. Outra característica dos capítulos são os testemunhos de vidas sofridas, histórias peculiares e que no fim são arrematadas com uma grande lição. Ademais, percebi um quê de autoajuda na obra, é como se o autor quisesse a cada conclusão fomentar o rendimento à graça, o desprendimento de quaisquer sofrimentos advindos de culpa e fazer com que deixemos o resto com Deus, sem mais preocupações.

De todas as coisas que você deve adquirir na vida, a afeição ilimitada de Deus não é uma delas. Você já a tem. Espreguice-se na rede da graça. Você pode descansar agora.

Com um coloquialismo bem acentuado e referências diretas ao interlocutor Max Lucado conduz sua obra com capítulos pequenos e apelos constantes. Graça transforma-se em uma palavra repetida inúmeras vezes, porém em nenhum momento seu uso torna-se cansativo. Deus passa a ser abordado como Àquele cujo interesse principal é sempre salvar, amar e resgatar.

Por gostar muito de ler criei uma afeição a livros um pouco densos e muito detalhistas, é um gosto pessoal. Nesse aspecto tenho que confessar que “Graça” me desapontou, pois embora a obra marque ponto por ser muito fluida, ela, por outro lado, é muito pouco detalhista e quase não se aprofunda no que fala. Porém, o incrível é que a graça em si fica tão evidente, tão bem explicada, tão fortemente promovida que me rendi à escrita de Max Lucado mesmo não tendo ela as características que eu tanto aprecio, e adquiri um entendimento maior do significado da graça na minha vida quanto cristã.

Devo reconhecer que no decorrer da leitura eu me peguei desconfiando do autor, uma vez que ele destacava tanto, mas tanto a graça que a obediência, o respeito e o agradar a Deus pareciam não ter muita importância sob o seu ponto de vista, acontece que me enganei. “Graça” é coerente com a palavra de Deus. Um livro, dentre uma série de outros no meio gospel, que, ao contrário da maioria, não divergiu da Bíblia. E essa percepção foi ao mesmo tempo o momento em que Max me ganhou como fã e admiradora. A forma sutil, porém determinada com que ele enfatizou que a graça não exime a obediência a Deus e que uma vida transformada pela graça tem a tendência natural a ser uma vida doadora de graça aos que a rodeiam foi para mim a prova de que sua obra tem credibilidade.

                                            A graça promove a obediência.

Por fim “Graça” foi finalizada com chave de ouro, pois contém um guia de estudos sobre o seu tema central, apresentando ao leitor passagens da Bíblia. Assim sendo, “Graça”, como todo grande livro, conduz o leitor ao maior dos livros, ou seja, à Bíblia e consequentemente ao autor dela. Portanto, indico a obra de olhos fechados e sem medo de errar, principalmente aos que não tem muita paciência ou tempo para ler.