As retrospectivas
podem ser doces ou amargas. Doces quando nos alegramos ao olhar para trás e
enxergar que fizemos o melhor que podíamos com as condições que tínhamos; e
amargas quando lamentamos por não termos feito tanto quanto gostaríamos, sem
levar em conta os leões que tivemos que matar a cada dia. Por isso, já há algum
tempo me libertei de metas literárias. Pois já há pesos suficientes a serem
carregados na atual fase da minha vida, de modo que cobranças desnecessárias
não encontram mais espaço em mim. Assim sendo, compartilho com leveza as minhas
dez leituras de 2021, sabendo que já li mais, mas reconhecendo que vivo hoje um
contexto diferente, com limitações e desafios diferentes.
Portanto,
eis aqui uma doce retrospectiva literária, livre de culpa ou vergonha por não
ter lido tanto quanto outras pessoas ou quanto a Beatriz de anos atrás. E se
você também não leu em 2021 tanto quanto gostaria, lhe convido a se abraçar e
se lembrar que muito melhor que quantidade é a qualidade das leituras de um
leitor.