Título: Mentes Inquietas
Autora: Ana Beatriz Barbosa Silva
Páginas: 304
Editora: Principium Editorial
Ano : 2014
Classificação: 5/5
Sinopse: Primeiro livro escrito pela psiquiatra e autora best-seller Ana Beatriz Barbosa Silva, “Mentes inquietas – TDAH: desatenção, hiperatividade e impulsividade” ganha nova edição pela Principium. Nele Dra Ana Beatriz apresenta vários casos mostrando que o TDAH se manifesta de formas diferentes e que, com informação adequada e acompanhamento médico, é possível minimizar o seu impacto no desempenho escolar, na vida profissional e também nas relações afetivas.
Há um bom tempo atrás ouvi
uma definição para a palavra justiça que nunca mais me saiu da mente; o
advogado disse na TV: “justiça é tratar os diferentes de maneira diferente”. No
entanto, lastimavelmente, a sociedade, em suas mais diferentes facetas, tende a
tratar igualmente os singulares seres que a compõem. Logo, aqueles que não são
como a maioria, começam desde cedo carregar sobre os ombros as consequências da
injustiça. E é por isso que amo ler Ana Beatriz Barbosa Silva, pois ler os
livros dessa autora é se munir do conhecimento que muitas vezes a empatia
requer para se fazer presente e promover a justiça no dia a dia.
Mentes
Inquietas, assim como os demais livros da autora, vem com uma alta
carga informacional, uma linguagem simples e uma mensagem forte o suficiente
para romper tabus. Este título em específico versa sobre o transtorno do
déficit de atenção de maneira objetiva, prática e holística. Seu conteúdo
abrange todas as vertentes possíveis relativas ao assunto e nos faz mergulhar
no mundo dos inquietos e ter um vislumbre do que é ter um cérebro sempre a mil
por hora.
“Nunca me propus a desenvolver uma obra com abuso de termos técnicos ou de profundidade tamanha a dificultar a leitura do leigo. Deixo isso para os livros acadêmicos, as pesquisas e os artigos científicos. Uma abordagem técnica, aqui, só aumentaria a lacuna que existe entre aquele que sofre e a informação de que necessita para dar o primeiro passo rumo ao seu conforto vital”.
A obra é composta por quinze
capítulos escritos ora em primeira pessoa, ora em terceira pessoa do singular.
Seu ponta pé inicial é, a meu ver, um dos capítulos mais ricos do livro, pois
contém inúmeros esclarecimentos sobre o TDA em seu sentido mais literal. Intitulado
como O Que é o TDA? – Um Trio de
Respeito: Distração, Impulsividade e Hiperatividade... Este primeiro
capítulo apresenta as diferenças entre as três características mais comuns nas
pessoas que sofrem com o transtorno e, além da teoria, ele também contém
depoimentos de pacientes. Aliás, do início ao fim Mentes Inquietas traz curtos depoimentos, os quais contextualizam o
ângulo especificamente abordado naquela parte do livro.
Capítulo após capítulo a
escrita dessa maravilhosa psiquiatra e escritora brasileira segue explicativa.
Algumas porções do livro apresentam uma lista de sintomas, ou seja, podem
ajudar o leitor a ter uma ideia se tem ou não o transtorno e se conhece alguém
que o manifesta. Além disso, ao falar especificamente sobre o cérebro dos TDAs
a autora, por ser uma especialista no assunto, destrói o preconceito e também
estigmas. Pois, crianças hiperativas tendem a ser vistas como mal educadas e
por isso são alvos de adjetivos pejorativos. Além disso, os adultos também
sofrem com a desorganização, desatenção e problemas nos relacionamentos.
Portanto, Mentes Inquietas pode
funcionar como ajuda e também como instrumento de apoio. Até porque, seu
conteúdo apresenta formas de tratamento e propõe dicas aos familiares e
parceiros dos TDAs.
Terminei a leitura com a
certeza de que o conhecimento adquirido foi gigantesco e que Mentes Inquietas pode ajudar muita
gente. Além disso, fui sensibilizada com a forma como o transtorno foi
abordado, visto que a Ana Beatriz Barbosa Silva escreve com tamanho amor, ressaltando
sempre que ser diferente não é algo ruim. Por essas e outras razões encaro a
obra como sendo leitura obrigatória aos profissionais da educação e da saúde,
mas também a indico aos curiosos e dispostos a desvendar assuntos pouco
enfocados e que, assim como eu, desejam evoluir em sua humanidade, aprendendo a
cada dia a arte de amar a todos. Por fim, tenho a necessidade de dizer: alguém
aplaude essa autora por mim, por favor?
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