Autora: Esmie G. Branner
Páginas: 136
Editora: Casa Publicadora Brasileira
Ano : 2012
Classificação: 3/5
Sinopse: "Era uma manhã ensolarada de sábado...o dia em que estava certa de que morreria." Esmie Branner inicia assim o relato de lutas, oposição e abusos físico e mental causados por seu ex-marido muçulmano. Esmie colheu as consequências de escolhas erradas.
Porém, arrependida,
aproximou-se de Deus e venceu grandes desafios.
Primeiramente, devo
confessar que uma das coisas que fez com que eu me apaixonasse pelo mundo
literário foi a oportunidade de figurativamente poder experimentar experiências
que não são minhas e viver em um mundo que não é o meu. A obra de Esmie G.
Branner, por ser autobiográfica e narrada em primeira pessoa, me permitiu isso,
no entanto, por outro lado, infelizmente me desapontou em diversos pontos da
narrativa.
Sofrimento, provação,
arrependimento e mistério, são só algumas das coisas que a história de Esmie
traz consigo e compartilha conosco com uma carga de reflexão de quem colheu
horríveis consequências por ter plantado más escolhas. Em certas alturas da
leitura, me vi questionando as minhas próprias escolhas e tentando aprender
verdadeiramente com os erros da autora. Já em outras, me vi curiosa para
descobrir mais sobre coisas que recorrentemente ficaram vagas e sem respostas.
A narrativa começa em um
ponto alto da vida de Esmie, o seu rebatismo. Entretanto, o dia da sua guinada
espiritual vem acompanhado de temores em relação à própria vida e é aí que
passamos a conhecer a relação matrimonial em que a protagonista está inserida.
Mulçumano, Mohamed é um marido e pai extremamente controlador, ameaçador e
abusivo, o qual usa todos os artifícios que se encontram ao seu alcance para
converter esposa e filhos ao Islamismo. Assim sendo, quando Esmie decide
retornar a Igreja em que frequentava quando criança, um longo e difícil
conflito nasce em seu lar.
O inspirador é que mesmo a
autora se encontrando entre um grande conflito, ela se apresenta como uma
mulher de fé que prefere viver um inferno no lar a abrir mão de sentir-se no
céu por meio da comunhão com Cristo. E foi com muita fé e confiança em Deus que
Esmie prosseguiu sua vida como uma cristã esposa de um mulçumano e mãe de cinco
filhos.
“Olhando para trás, pergunto-me como Deus poderia ter abençoado o que havia proibido. Deus disse que não deveríamos nos pôr em jugo desigual com incrédulos (...) Sexo fora do casamento é fornicação. Tentar corrigir esse pecado casando com um incrédulo só faz as coisas piorarem. Exatamente o que aconteceu no meu caso.”
Nessa época difícil da vida
o seu esposo lhe fez uma proposta que a dividiu e a encheu de dúvidas: mudar-se
com os filhos para Arábia Saudita – país declaradamente islâmico. Porém, mesmo
receosa, motivada pela continuidade de sua unidade familiar e crente de que
Deus tinha propósitos divinos para ela, Esmie viaja para a Arábia Saudita. Ao
chegar lá, dia após dia a autora se vê em uma realidade cruel que nem de longe
ela poderia ter-se imaginado vivendo. Longe dos familiares, isolada da
sociedade, desprovida de dinheiro, desprezada pelo marido, pressionada para se
converter ao Islamismo e, por fim distante dos filhos; em tudo isso vemos uma
vida provada ao limite.
Mas foi quando a autora se
viu privada da companhia dos filhos que ela experimentou os mais amargos
sentimentos. Entretanto, foi também nesses difíceis momentos que ela passou por
um amadurecimento em sua fé, se maravilhou com intervenções divinas e aprendeu
com os próprios erros.
“Havia muitos traços de caráter pecaminosos na minha vida mascarados pelo meu senso de justiça própria. As circunstâncias trouxeram esses pecados à tona e me surpreendi quando soube quão longe tinha ido (...) Foi uma experiência de humildade quando percebi que não era nem um pouco melhor do que Mohamed.”
“Orei por uma dose extra de força e coragem. Tinha lido em algum lugar que cada provação prepara você para a próxima, que é sempre maior que a anterior.”
“Deus testou a minha paciência e mostrou-me que o amor era única arma que me daria a vitória.”
Para mim, sem dúvida, os
pontos altos do livro encontram-se nos pensamentos que Esmie divide com o
leitor e nas intervenções divinas. Dessa forma, pela vida de outrem
maravilhamo-nos com os cuidados de um Criador que não poupa esforços para
intervir e abençoar suas criaturas, mesmo quando estas erram e caem em pecados,
mesmo quando tudo parece impossibilitar um final feliz.
Portanto, embora sob
o meu ponto de vista o livro tenha deixado muito a desejar, ainda assim o
recomendo, pois por meio de uma rápida leitura é nos dado a oportunidade de
conhecer uma história de fé. Sendo
assim, fica a dica para quem deseja uma leitura leve de um relato pessoal que
comove, acrescenta e que de bônus apresenta uma cultura diferente.
O livro parece ser bem pequeno (136 páginas) pra um livro de história (geralmente gosto daqueles beeeeeem grossos, de 300, 500 páginas, :D ), mas pela sua resenha fiquei encorajada a ler esse livro. Ainda mais porque o assunto me interessa muito e já li vários semelhantes. Vou adicionar à minha lista de "quero ler" pra quando tiver oportunidade fazê-lo.
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