Autor:Ignácio de Loyla Brandão
Páginas: 240
Editora: Gente
Ano : 2013
Classificação: 3/5
Sinopse: Para despertar o milionário que há em você , busque o caminho da metas altas. Entre duas estradas, escolha a menos percorrida. Ficar rico não é questão de sorte, e sim de postura mental, escolhas e determinação. Não se pode ter medo, vergonha ou culpa por ser rico. O sucesso só é sucesso se você o compartilha com os outros. Os únicos limites aos sonhos são aqueles que você aceita. Este é Carlos Wizard Martins, presidente do Grupo Multi Educação, ensino de idiomas e profissionalizante, que atende mais de um milhão de alunos, com 3 mil escolas no Brasil e em dez países, gera 50 mil empregos e movimenta 3 bilhões de reais anualmente. Essa é a vida (fascinante), a forma de agir e trabalhar, os pensamentos, as crenças e os conselhos de um educador e empreendedor, determinado, profundamente focado, que atravessa o mundo promovendo a educação. Bilionário hoje, nasceu filho de caminhoneiro e aos 12 anos percorria o Paraná trabalhando com o pai. Sonhou estudar em universidade americana, lutou e conseguiu. Começou a vida profissional dando aulas de inglês em casa, à noite, para complementar a renda. Lançou um método revolucionário para aprender inglês em 24 horas. Religioso, Mórmon, tem profunda fé em Deus que o inspira e orienta. O que ele fez, afirma que você também pode fazer, pois se orgulha de haver formado mais de 100 milionários nos últimos anos no Brasil. Nesse livro estão os sucessos e os momentos de dor desse homem que venceu todas as condições adversas para alcançar o êxito e nos mostrar que sonhos não têm limites.
Imagine-se pegando um livro
na estante sem esperar muito dele e de repente se surpreender com o conteúdo.
Foi exatamente essa a minha experiência com Carlos
Wizard! A trajetória do professor que se tornou um dos empresários mais bem
sucedidos do Brasil me cativou de tal maneira que eu o li em praticamente uma
tarde. Porém, sei que isso só aconteceu porque a sinopse não foi
meticulosamente elaborada e, portanto, acabou não sendo coerente com a obra,
pois, do contrário, muito provavelmente a minha relação com esse livro teria
sido bem diferente.
Com uma capa que cita a
palavra “sonhos” e uma sinopse com um quê de autoajuda, a impressão vendida é a
de um livro inspirador destinado aos futuros e/ou já empreendedores. Ledo
engano! A história da vida de Carlos tende sim a ser inspiradora, mas tanto
conselhos como insights são poucos. Por outro lado, uma carga emocional marca
presença e um tanto do caráter de Carlos Wizard Martins é revelado. Biografia,
creio eu que essa seja a melhor palavra para descrever este livro e o melhor
termo para resumi-lo de forma sucinta.
“Ao contemplar suas realizações, Carlos costuma citar o autor inglês Robert Frost: ‘Havia duas estradas no bosque. Em determinado ponto, elas se separavam. Eu peguei a estrada menos percorrida, e isso fez toda a diferença.’”
Um menino dedicado ao Senhor
quando bem pequeno cresceu no sul do país, enfrentando dificuldades
financeiras, ora viajando com o pai caminhoneiro, ora trabalhando em comércio
ou sendo vendedor de porta em porta. Aprendeu com as dificuldades a não se
importar com a opinião alheia e se tornou fluente em inglês por meio de estudos
com missionários mórmons. Sonhou alto, sonhou em fazer faculdade nos Estados
Unidos, sonhou em se casar com a garota dos sonhos, sonhou em ter sucesso como
professor de inglês e dentre muitos outros sonhos ele sonhou em ver a sua
metodologia de ensino se expandir. Por fim, transformou-se em alguém muito
feliz em aproveitar oportunidades e em concretizar seus sonhos.
“Ele se perguntava, mas com um questionamento saudável: ‘Tenho potencial? Ou potencial a gente desenvolve? Vou conseguir? Será apenas minha imaginação? Vou conseguir ir em frente?’ Imediatamente respondia: ‘Posso! Tenho potencial! Quero, vou conseguir, eu mereço. Basta não ter medo’. Estavam sendo moldados caprichosamente os princípios que o orientariam no futuro. Embriões do empreendedor.”
Mas, mais do que sua
ascensão rumo ao sucesso Carlos Wizard
deixa evidente o quanto este homem põe Deus em primeiro lugar e o quanto seus
princípios, ações e valores são fortemente alicerçados em sua fé. Aliás, existe
uma infinidade de curiosidades da igreja Mórmon que vão sendo reveladas concomitantemente
com os episódios da vida de Carlos, por exemplo, seu casamento, faculdade, dois
anos em missão e etc. Ademais, algo que me chamou grandemente atenção foi o seu
lado esposo e pai. Carlos é nos mostrado como alguém que preza tanto a
convivência familiar que no início da carreira como professor de inglês, época
em que muito trabalhava, fez uma rotina de convívio em que cada dia da semana
ele teria o seu momento pessoal com algum membro do seu grupo familiar. Anos
mais tarde, já bem sucedido, dispensou o motorista dos filhos porque percebeu
que levá-los à escola era uma oportunidade valiosa de conhecê-los melhor. Dessa
forma, a prioridade do grande empresário revela-se e seu compromisso com a
família chama a atenção em um mundo onde cada vez mais as pessoas esquecem-se
das pessoas e investem menos e menos nos relacionamentos.
“Certamente, se não fosse por ela, eu não teria vencido todas as barreiras iniciais. Com frequência repito essa frase: ‘Meu bem, você merece todo o conforto do mundo!’”
No entanto, se por um lado a
história e a carga emocional da obra em questão me cativaram a ponto de
fazer-me ler velozmente, por outro lado, infelizmente, a narrativa em terceira
pessoa feita por Ignácio de Loyola Brandão deixou muito a desejar. Percebi que
o papel do narrador não foi bem definido. Ignácio acabou me confundindo com a
sua maneira de narrar, visto que em boa parte do seu trabalho ele assume o
papel de narrador observador e, em outros momentos, passou a opinar e a
aparecer em primeira pessoa. Outra característica que me incomodou durante a
leitura foi a forma como os pensamentos de Carlos e dos seus familiares foram
introduzidos na narração, uma vez que na maioria das vezes eles ganham uma
diagramação diferente e assim se evidenciam como pensamentos próprios do
protagonista, porém, ocasionalmente eles se mesclam com a narração e dessa
forma obrigaram-me a reler alguns trechos para me situar na compreensão da
história. Vale ressaltar ainda que alguns erros grosseiros de português foram
cometidos, na verdade, creio que descuidos durante a revisão seja a melhor
expressão para definir as falhas ortográficas como a troca de pontuação e de
letras em algumas palavras.
Em suma, eu diria que embora
Carlos Wizard tenha lá seus defeitos
e que omita vários fracassos do protagonista, ainda assim é uma leitura
agradável da qual muito gostei. No fim entendi que Carlos poupou o leitor das
falhas que ocorreu em seu caminho porque acredita que devemos nos apegar ao que
é bom e positivo. Portanto, principalmente por gostar de cargas emocionais e
círculo familiar em livros é que posso dizer que este livro me surpreendeu
positivamente e que no fim das contas seus defeitos não estragaram o prazer que
a leitura me proporcionou. Por fim, eu só indicaria essa obra aos amantes de biografias
e aos que simpatizam com autoajuda; a estes eu desejo que tenham uma boa
leitura e que se envolvam tanto quanto eu, já aos demais eu diria que procure
outras opções de títulos.
Bom saber ;)
ResponderExcluirOi Bia, tudo bem? Livro interessante, gostei da maneira que o descreveu, e também os valores que o Wizard transmite. :)
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